Todo dia 30 de maio, quando anoitece, acontece no alto do Calton Hill, aqui em Edimburgo, o festival do Beltane.
O Beltane é um festival celta que, embora ocorra na primavera, marca o início do verão no hemisfério Norte. É reconhecido como festival da fertilidade, simbolizando a união entre as energias feminina e masculina. Na época dos celtas, durante o festival, eram acesas fogueiras nos topos dos montes e lugares considerados sagrados. E, como tradição, as pessoas queimavam oferendas para que o poder do fogo fosse passado ao rebanho e pulavam as fogueiras para que se enchessem das mesmas energias poderosas.
Mantendo a tradição, assim que o sol se pôs em Edimburgo, no último domingo, tochas e fogueiras começaram a ser acesas no alto do Calton Hill, ao mesmo tempo em que batidas de tambor marcavam o compasso. Apesar do vento frio, as pessoas vestiam cores, riam e falavam alto. Lá pelas tantas começou uma espécie de procissão, seguindo as figuras do feminino e do masculino que paravam em cada um dos pontos de fogo para apresentações (as oferendas de hoje) marcadas por dança e as mais variadas performances.
Este foi simplesmente um dos festivais mais estranhos que já presenciei. Confuso ao início, um pouco assustador com todo aquele fogo em volta, as pessoas vestidas com seus trajes coloridos. Provavelmente não animaria a ir de novo, mas acho que vale a pena ir pelo menos uma vez e passar algumas horas. Afinal, há uma certa beleza em se continuar celebrando hoje algo tão antigo e ainda tão marcante culturalmente.